segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

VOLTANDO À BOLÍVIA


            Às 7 horas já estava de pé, pois minha viagem para Uyuni seria às 8h. Ainda continuava com sono, mas arrumei minhas coisas o mais rápido possível para não me atrasar. comi um dos pães que havia comprado na noite anterior (parece-se com uma bolacha, mas é muito macio. Foi o melhor pão que comi em toda a viagem). Para me alimentar durante a viagem também comprara algumas pêras.
            Um pouco antes das 8h, já me encontrava na porta da agência, mas o cara atrasou por volta de uns 30 minutos. Ele havia conseguido comprar a passagem para a fronteira com a Argentina, e pediu-me 128 bolivianos ou 12 mil pesos. Disse-lhe que não tinha dinheiro ali comigo e pedi para pagar em Uyuni. Ele concordou.
            Embarcamos numa van até o posto de entrada e saída do Chile, que fica a umas três quadras do centro. Embora fosse cedo, a fila já era grande, pois era a mesma fila para entrar e sair. Ficamos por volta de uns 40 minutos esperando por um carimbo que não durou nem 2 segundos. Voltamos à estrada, mas para alcançarmos a alfândega boliviana tivemos que continuar por uma outra estrada, dessa vez de areia, pelo deserto. Foi quase uma hora de viagem e a pessoa que me levaria para Uyuni, dormiu a viagem toda.
O posto boliviano fica no meio do nada. Pelo menos, foi muito rápido o tramite burocrático. Tinha um brasileiro todo perdido, dei umas informações a ele.
Enquanto abastecia o Toyota, batia uma fotos.
Quando subia no carro, o dono da agência me pediu que fosse conversando com o motorista, pois ele não havia dormido muito na noite anterior e seriam 8 horas de viagem praticamente dentro do deserto. Também me perguntou se eu tinha o passe do parque boliviano por qual passaríamos (e eu nem dinheiro tinha, apenas alguns trocados). Eu disse que não e que não tinha bolivianos comigo. Ele combinou com o motorista (passei o dia inteiro com ele e não sei o nome, mania minha) de falar que eu estava voltado do passeio e havia perdido o bilhete. Assim fomos.
Conversamos muito durante a viagem, falamos de tudo um pouco até de religião, política e futebol. Ouvimos muita música boliviana tradicional e música romântica. Em determinado momento tocou a banda Dejavú (aqui na Bolívia é um sucesso enorme).
Em alguns momentos eu não me senti bem por conta da sinusite misturada com areia e clima seco. Tomei um remédio e melhorei.
O sol era de rachar e a paisagem delirante. Sempre que passávamos por algum ponto turístico ele me perguntava se queria parar para conhecer melhor ou para tirar fotos. Eu sempre disse que não fazia questão, e que continuássemos a viagem, pois era muito longa. Andamos por areia e por pedras, subimos e descemos montanhas, vimos paisagens vazias e outras com pequenas gramíneas, avistamos guanacos e lhamas em vales férteis.
Ele dirigia o Toyota com muito cuidado pelo deserto. Em um determinado trecho, quase todo pedregoso, por quase uma hora dirigia a uns 20 km por hora. Quando saímos do deserto e caímos na estrada (de areia) que liga a Bolívia a cidade chilena de Porto Antofagasta, ele respirou aliviado. Disse-me que por mais que dirija sempre pelo deserto, sempre há risco, e estar fora dele deixa-o mais aliviado.
Ele parou numa pequena cidade, San Cristobal, para comer. Troquei alguns pesos chilenos com eles e comprei algo para comer. Ele tomou uma sopa, eu não me arrisquei. No mercado da cidade havia muitos brasileiros, todos voltando do passeio pelo Uyuni. Dessa vez, mantive-me calado e esperei que todos fossem embora parr a comprar minha comida. Faltavam mais 1h30 de viagem até Uyuni.
Logo depois que saímos de San Cristobal, ele parou o carro e pediu-me desculpas, pois precisava dormir um pouco. Vou falar o quê. Disse que tudo bem, que descansasse um pouco. Não precisava me preocupar pois o meu ônibus só sairia as 21h. Enquanto ele dormia fiquei digitando um poucos das minhas história. Com vinte minutos ele acordou, pedi que dormisse um pouco mais. Logo acordou novamente, dormiu. Após 40 minutos, ele estava restabelecido e continuamos até Uyuni.

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