sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SEMPRE A PROCURAR POR UM CINEMA

ACABOU? AINDA NÃO.

Acabou a farra.
Na madrugada deste 21 de janeiro os dois últimos remanescentes da invasão bragantina à América Latina foram resgatados da latinidade dos países de colonização espanhola.
Enquanto escrevo essas palavras nossas personagens devem estar nos braços de suas mais próximas paixões, familiares ou não.
Resta-vos paciência à espera de novas publicações de fotos e histórias.

Eu, de minha parte, brevemente, retomo as publicações devidas.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ASSUNSION - PARAGUAI

Cheguei a pouco a Assunção. O remédio começa a fazer efeito e a gripe cede.

Amanhã embarco para São Paulo. Serão mais 20 horas de viagem. Para quem chegou até aqui, não é nada.

Durmo e acordo em casa.

VOLTANDO À BOLÍVIA


            Às 7 horas já estava de pé, pois minha viagem para Uyuni seria às 8h. Ainda continuava com sono, mas arrumei minhas coisas o mais rápido possível para não me atrasar. comi um dos pães que havia comprado na noite anterior (parece-se com uma bolacha, mas é muito macio. Foi o melhor pão que comi em toda a viagem). Para me alimentar durante a viagem também comprara algumas pêras.
            Um pouco antes das 8h, já me encontrava na porta da agência, mas o cara atrasou por volta de uns 30 minutos. Ele havia conseguido comprar a passagem para a fronteira com a Argentina, e pediu-me 128 bolivianos ou 12 mil pesos. Disse-lhe que não tinha dinheiro ali comigo e pedi para pagar em Uyuni. Ele concordou.
            Embarcamos numa van até o posto de entrada e saída do Chile, que fica a umas três quadras do centro. Embora fosse cedo, a fila já era grande, pois era a mesma fila para entrar e sair. Ficamos por volta de uns 40 minutos esperando por um carimbo que não durou nem 2 segundos. Voltamos à estrada, mas para alcançarmos a alfândega boliviana tivemos que continuar por uma outra estrada, dessa vez de areia, pelo deserto. Foi quase uma hora de viagem e a pessoa que me levaria para Uyuni, dormiu a viagem toda.
O posto boliviano fica no meio do nada. Pelo menos, foi muito rápido o tramite burocrático. Tinha um brasileiro todo perdido, dei umas informações a ele.
Enquanto abastecia o Toyota, batia uma fotos.
Quando subia no carro, o dono da agência me pediu que fosse conversando com o motorista, pois ele não havia dormido muito na noite anterior e seriam 8 horas de viagem praticamente dentro do deserto. Também me perguntou se eu tinha o passe do parque boliviano por qual passaríamos (e eu nem dinheiro tinha, apenas alguns trocados). Eu disse que não e que não tinha bolivianos comigo. Ele combinou com o motorista (passei o dia inteiro com ele e não sei o nome, mania minha) de falar que eu estava voltado do passeio e havia perdido o bilhete. Assim fomos.
Conversamos muito durante a viagem, falamos de tudo um pouco até de religião, política e futebol. Ouvimos muita música boliviana tradicional e música romântica. Em determinado momento tocou a banda Dejavú (aqui na Bolívia é um sucesso enorme).
Em alguns momentos eu não me senti bem por conta da sinusite misturada com areia e clima seco. Tomei um remédio e melhorei.
O sol era de rachar e a paisagem delirante. Sempre que passávamos por algum ponto turístico ele me perguntava se queria parar para conhecer melhor ou para tirar fotos. Eu sempre disse que não fazia questão, e que continuássemos a viagem, pois era muito longa. Andamos por areia e por pedras, subimos e descemos montanhas, vimos paisagens vazias e outras com pequenas gramíneas, avistamos guanacos e lhamas em vales férteis.
Ele dirigia o Toyota com muito cuidado pelo deserto. Em um determinado trecho, quase todo pedregoso, por quase uma hora dirigia a uns 20 km por hora. Quando saímos do deserto e caímos na estrada (de areia) que liga a Bolívia a cidade chilena de Porto Antofagasta, ele respirou aliviado. Disse-me que por mais que dirija sempre pelo deserto, sempre há risco, e estar fora dele deixa-o mais aliviado.
Ele parou numa pequena cidade, San Cristobal, para comer. Troquei alguns pesos chilenos com eles e comprei algo para comer. Ele tomou uma sopa, eu não me arrisquei. No mercado da cidade havia muitos brasileiros, todos voltando do passeio pelo Uyuni. Dessa vez, mantive-me calado e esperei que todos fossem embora parr a comprar minha comida. Faltavam mais 1h30 de viagem até Uyuni.
Logo depois que saímos de San Cristobal, ele parou o carro e pediu-me desculpas, pois precisava dormir um pouco. Vou falar o quê. Disse que tudo bem, que descansasse um pouco. Não precisava me preocupar pois o meu ônibus só sairia as 21h. Enquanto ele dormia fiquei digitando um poucos das minhas história. Com vinte minutos ele acordou, pedi que dormisse um pouco mais. Logo acordou novamente, dormiu. Após 40 minutos, ele estava restabelecido e continuamos até Uyuni.

RUMO A SAN PEDRO DO ATACAMA

Antes de apagar notei que o meu lugar era exatamente debaixo do ar-condicionado. Já estava com a sinusite atacada da viagem anterior devido a esse aparelho (o ônibus fica fresquinho nesse calor de louco, mas é perceptível que eles não o limpam com a frequência adequada e ele resseca o ar). Outra coisa os ônibus aqui no Chile são excelentes, e o custo benefício é aceitável.
            Acordei, na primeira parada que o ônibus fez, nem imagino onde me localizava, sei que desceu muita gente, muitos jovens com suas mochilas (isso achei muito legal, o pessoal viaja com as mochilas nas costas, o tempo todo se vê um bando de jovens viajando). Quando saímos dessa parada, só tinha deserto para qualquer lado que se olhasse. Dormi de novo, acordei em Calama.
            Não prestei muita atenção na cidade, mas dessa vez o ônibus esvaziou. Ficou parado por um bom tempo, tempo suficiente para o comissário de bordo recolher todo o lixo, dobrar os cobertores e guardá-los juntamente com os travesseiros e lavar o banheiro. Logo o ônibus encheu novamente. Ao meu lado sentaram-se dois brasileiros, mas nem dei bola. Só que teve um problema. Acredito que tinha os passageiros que embarcaram estavam fazendo uma conexão, logo tinha mais gente do que lugar vago. Adivinha quem ficou de fora: uma brasileira que armou o maior barraco, mais um grupo de pessoas que estava com ela. Demorou um pouco mais tudo se resolveu, um passageiro desistiu de ir naquele momento e os demais foram acomodados no andar de baixo.
            Seguimos viagem e eu aproveitei o banheiro recém limpo para fazer minhas necessidades matinais, ou como aprendi com meus companheiros de viagem: libertar o Mandela. Também troquei de roupa, ficando de bermuda e camiseta, guardando o agasalho. Mas o ônibus estava tão frio, que peguei um cobertor. Dormi.
            Acordei em San Pedro do Atacama, e a cidade era algo totalmente diferente do que poderia imaginar. Uma cidade no meio do deserto, com todas as casas feitas de barro. É muito bonito. Logo que desci do ônibus várias pessoas ofereciam hospedagem. Consegui uma por 7.000 pesos, quarto particular e banheiro coletivo, estava ótimo. Enquanto caminhava até a hospedagem (que não era no centro, mas nada aqui é longe), a moça me informou que não é tão fácil comprar passagens para a Argentina dali, saem sempre dois ônibus por dia, mas as passagens são escassas. Como queria só passar uma noite em San Pedro, logo que me alojei fui a procura de passagem. Descobri que uma empresa só faz o Chile, a outra só tinha passagem para o domingo e ainda era quarta, e a outra teria passagem para sexta por 25.000 pesos ou 50 dólares. Lembrei que muitos passeios que saem de Uyuni acabam deixando passageiros em San Pedro, então decidi procurar uma agência para ver se conseguia ir a Uyuni no dia seguinte e de lá partir para a Argentina, e seria mais barato. Consegui por 20.000 pesos para o dia seguinte. Assim tinha duas opções ir embora no dia seguinte ou na sexta. Decidi-me por ir embora na quinta, pois ainda passaria por outras cidades.
            Além de fechar a viagem para Uyuni, comprei um pacote para a tarde de quarta, um passeio pelo Vale da la Luna, por 6.000 pesos. Assim o dinheiro do ônibus pagaria o passeio e viagem. Pedi ao dono da agência que tentasse comprar para mim a passagem de Uyuni até a divisa com a Argentina. E ele conseguiu para o mesmo dia. Assim chegaria na Argentina com tempo sobrando, sem correria.
            Eu estava muito cansado, com sono, pois só havia dormido no ônibus, mas mesmo assim fui para o passeio. Antes comi um belo salmão com um risoto delicioso. O preço, deixa para lá. San Pedro é uma cidade turística muito cara. Fui para o quarto, tomei um banho e aproveitei para descansar um pouco. O passeio só sairia às 16h, pois o sol só se põe às 21h. Aqui também as tomadas são redondas e como não tinha um adaptador não pude carregar o computador, em o i-pod. Pedi a moça do hotel se havia algum para emprestar-me, mas ela não encontrou. Na praça central da cidade tem wi-fi livre, e eu não poderia, de novo, utilizá-lo. Saí mais cedo para o passeio para poder fazer contato com a Isabel e avisar ao cartão de crédito que estava voltando à Bolívia (já avisara que saíra da Bolívia).  A Isabel me avisou que a casa que moro fora vendida (espero que o novo proprietário não peça a casa e nem aumente tanto o aluguel). Tudo resolvido, hora do passeio (já pensava comigo, se o passeio for chato, durmo no transporte.
            Sentei-me na praça (numa sombra, pois o sol é de rachar) para esperar a saída do passeio. Ao meu lado sentou-se um casal de brasileiros (pela primeira vez puxei conversa com algum brasileiro). Ficamos conversando sobre nossas viagens e sobre como tem brasileiro pelos locais que passamos. Logo o fomos chamados para a excursão e surpresa de dez eram 8 brasileiros, 1 inglesa e 1 irlandês. Bom não tive como não conversar com todos os brasileiros. Dos brasileiros presentes 6 eram paulistanos, um carioca e uma brasiliense que mora em São Paulo. Dos paulistanos dois eram professores do estado (só não sei o time, pois moravam na zona leste e tinham cara de corinthianos). Um pessoal muito legal, mas que tem a mania de achar que o brasileiro é diferente, é divertido. A viagem foi divertida e linda.
            Nosso guia era um cara competente e tranquilo, passeamos muito.
            O Vale de la Luna é uma região onde a água de degelo e o vento moldaram o ambiente. É um passeio delicioso. Terminamos o passeio com o por-do-sol visto do alto de uma pequena montanha (subir pela areia fofa foi cansativo, parecia que nunca chegaríamos ao topo).
            Na volta para o hotel, comprei um adaptador para tomada e, assim, pude carregar o computador, o i-pod e a filmadora. Não dormi muito bem, pois a gripe me incomodava.

domingo, 16 de janeiro de 2011

ANDRE E FERNANDA EM LIMA

Fernanda e eu chegamos em Lima. Ê uma cidade incrìvel, bonite, diferente, uma costa longa de falèsias e uma orla de pedra. Encontramos uma pequena praia de areia e nela nos divertimos e aproveitamos o pôr do sol no mar, algo inèdito e lindo.
Lima è dividida por municipalidades. miraflores è turistica, san isidro è elite, lima è o centro històrico, barranco è a charmosa baladeira. Museus incrìveis, de tirar o folego de tantas mostras e organizacao. Lima è uma puta cidade legal. ficamos num hostel bem localizado em miraflores, por 25 dolares o matrimonial. algo em torno de 70 soles, ou 42 reais. abraco a todos

INDO EMBORA DA ARGENTINA

Salta continua um calor terrível.
Saio daqui hoje, acordo amanhã muito próximo de Assuncion.

Estou muito gripado.

MAIS UMA CRÔNICA RODRIGUEANA RECEBIDA

Olà, como andam as coisas por ai?
A viagem jà se encerrando (sò restam 5 dias), estou muito cansando e nao vejo a hora de usar uma roupa limpa, comer uma boa comida e dormir na minha cama, rs.
Sinto muita falta de todos.
O chile tambem esta passando por uma greve por causa do aumento do gas. Acho que è um movimento em quase toda a america do sul, pois na argentina tivemos movimentos a algunas semans. (Vou escrever sobre isso numa relacao antropologica da uniao dos povos e da falta dos recursos naturais que se esgotao)
Ontem conseguimos atravessar mais uma fronteira, atravessamos os Andes, uma visao muito bonita. Conseguimos chegar em Mendonza, a capital mundial do vinho.
Demoramos coisa de umas 70 horas de deslocamento de onibus de Cusco atè aqui.
Estamos de saida para tentarmos comprar uma passagem para Bueno Aires, para amanha. Quando chegar a Bueno aires lhes escrevo novamente.
Dessa vez nao conseguiremos fazer o Uruguai, talvez se nao tivessemos comprado a passagem antes, o fariamos. No problen, fica para a proxima.
Náo se preocupem com relacao a grana. Estamos usando ao maximo o cartao de credito. Ainda tenho 150 dolares, 100 dolares de travel e coisa de uns 200 reais.
Estamos bem, estamos ficando na casa de uma familia, pessoas muito boas. Um pouco distante do centro, mas conseguimos fazer o percurso de bus.
Amanha vou experimentar o chorizo argentino, depois de comer Cui (porquinho da india) e alpaca, rs.
Estamos felizes.
Realmente ao retornar terei que pensar, refletir, sobre muita coisa.

Bjo muito grande a todos. Meus pensamentos estao com voces.

sábado, 15 de janeiro de 2011

ÚLTIMA CRÔNICA RODRIGUEANA RECEBIDA

Saimos (eu e o Felipe) de Cusco (babilonia peruana, depois explico o por que) ontem, em direcao ao Chile. Cegamos apòs 17 horas de viagem a Tacna. Resolvemos continuar a viagem, mesmo estando esgotados, pegamos um onibus urbano com destino a Arica, onde estamos no momento, apòs de mais duas horas de estrada. Conseguimos, com alguma dificuldade passar pela fronteira. Pela primeira vez fomos revistados, tivemos que abaixar o cuecao. Esqueci de declarar que tinha  uma maça, esa apareceu no raio x e tive que refazer toda a papelada.
Atravessamos, durante a noite, os Andes, mas conseguimos antes do anoitecer ver bem proximo ao nosso onibus algunas montanhas cobertas com neve, nevados. Nossos ouvios pareciam que iam explodir tamanho era a pressao, de coisa de uns 4000 metros para beira mar em algunas horas. Estamos muito cansados, pois os bancos eram menores que o tamanho de nosso corpo (projetados para os Peruanos) Chegamos a Arica e nao sabiamos que esta era uma cidade a beira mar, estamos extasiados. Conseguimos um hostel por 12 dolares. Ja fomos ao centro, muito feio, tipico de cidade de fronteira. Tem apenas um calcadao bem agradable. A cerveja e muito cara, coisas de 1400 pesos chilenos, long neck. Ja vimos a passagem para San Thiago, estaremos partindo amanha as 10:00. A projecao da viagem e de 17 a 30 horas, rs. Assim sendo, so conseguirei entrar na net novamente daqui uns 2 ou 3 dias.
Muita saudade de todos.
Paz profunda

NOTÍICIAS RÁPIDAS

Depois de dois dias no deserto, reencontrei cimento em Salta, na Argentina.
Alguns já estao voltando. Eu preparo a minha.

O QUE FUI FAZER E ANTOFAGASTA

Pela janela do ônibus vi o por-do-sol no Pacífico. Foi muito bonito. Escureceu e toda as luzes que avistava pensava que aquela seria Antofagasta (Não agüentava mais ficar dentro do ônibus, foram 12h30 de viagem).
Eu sei o que me moveu até Antofagasta. Lembro de ter lido ou visto algo sobre a cidade a muito tempo, uma cidade que vive da mineração espremida entre o deserto e o mar. Lembro de que os ingleses haviam construído um elevador para unir a parte baixa e a parte alta da idade, além de ser porta de entrada para o deserto do Atacama.
Cheguei a Antofagasta às 23h, além do horário previsto, visto que fomos parados duas vezes pela aduana chilena. Chegar a uma cidade onde não se conhece nada, à noite, é pedir para ser explorado pelo taxista. A primeira coisa que fiz foi ver os horários de passagens para São Pedro do Atacama, assim já programava minha permanência na cidade. O último ônibus sairia às 19h, o que faria com que eu chegasse a uma cidade estranha novamente de madrugada ou teria que dormir duas noites em Antofagasta.
Fui para a rua e peguei um táxi, que me cobrou 3.000 pesos, equivalente a 6 dólares (no Chile é melhor pensar em dólares). Achei caro, reclamei, mas fazer o quê. O pior era não entender bolufas do que o taxista dizia. Pedi a ele que me levasse a um hotel não muito caro, algo em torno de 10.000 pesos (20 dólares). Disse-me que conseguiria algo em torno de 12.000. Concordei.
Agora tenho que falar bem do taxista. Levou-me em vários hoteis da região central,e em todos não havia vagas disponíveis. Somente quartos matrimoniais (assim o dizem) por 25.000 pesos. Muito caro. Até achamos um por 12.000, mas era uma pocilga, parecia os hotéis baratos da Luz. Como era tarde e já estava irritado decidi-me ir para a rodoviária e me mandar o mais rápido para São Pedro do Atacama.
Descobri da pior forma possível que o Chile é muito caro para nós brasileiros.
O taxista deixou-me na rodoviária, sem antes me garfar mais 2.000 pesos. Entrei e consegui uma passagem por 9.200 pesos para as 5h55 da manhã. Como já era por volta de 00h30, não teria que esperar tanto.
Para não ter problemas com minha bagagem caso pegasse no sono, guardei a mochila maior por 2.000 (ou seja, 4 dólares para guardar uma mala, dá para perceber como é caro por aqui). Coloquei um agasalho para não passar frio na madrugada que me aguardava.
Eu e Antofagasta não temos nada em comum. A rodoviária tem acesso gratuito por wi-fi, o que me deixou satisfeito, poi      s teria como ocupar-me durante a noite. Como utilizei o computador durante a viagem anterior, estava com pouca bateria. Saí a procura de uma tomada para poder carregar a bateria e utilizá-lo com conforto. Descobri que o padrão de tomada no Chile é diferente: é apenas redondo, e o meu carregador é achatado. Ou seja, nada de computador pela noite toda.
Quando o sono batia, levantava e caminhava pela rodoviária subindo e descendo, indo tomar um ar do lado de fora. Lá pelas três da manhã a tv saiu do ar, visto que só passava a programação de um canal (as pessoas deliravam de rir com um programa humorístico muito parecido com os que temos no Brasil: clichê do clichê e algumas mulheres gostosas com pouquíssima roupa). Sem tv e sem internet, apelei para o meu i-pod, que também tinha pouca bateria, mas ouvir música poderia me manter acordado. E assim foi, andando de vez em quando, ouvindo música, que chegou o horário de embarcar.
Outra coisa que manteve acordado era ver a quantidade de pessoas que circulavam pela rodoviária pela madrugada. Como Antofagasta é uma cidade de forte indústria mineral, e principal cidade da região, muitos trabalhadores circulam durante a noite, indo e vindo do trabalho.
Por volta das 5h30 começaram a chegar os ônibus da empresa que me levaria a San Pedro do Atacama. Estacionava, descia gente, punha combustível, subia gente, partia. Sempre com um pouco de atraso. A moça que me vendera a passagem me disse que o ônibus poderia atrasar um pouco. Com o cansaço e a temperatura em queda, qualquer pequeno atraso vira um enorme atraso, e o obus atrasou por volta de uns 30 minutos. E depois das pessoas descerem, vou colocar combustível, para que somente depois pudéssemos embarcar.  Imagina a minha irritação (por que não podíamos subir, e já ir dormindo enquanto realizava o abastecimento). Bom com atraso e frio, embarquei e apaguei.

EU NO CHILE

Acordei cedo, arrumei minhas coisas e parti do hotel sem café da manhã, pois só iniciariam o serviço mais tarde. Peguei um táxi até a rodoviária (3 soles). Minha única visão da cidade foi pela janela de um táxi, e não gostei muito.
            Diferentemente à noite anterior, consegui compreender como deveria proceder para sair do Peru. Decidi por ir de ônibus, mas na fila para comprar o ticket de embarque o preço do táxi havia voltado ao normal (20 soles ou 3000 pesos) e como chegaria mais rápido a Arica (1h, ao invés de 2h de ônibus) me decidi pelo táxi. Cada táxi comporta 5 pessoas mais o motorista. Fui conversando com uma senhora chilena muito gentil, que me foi explicando os preenchimento dos papeis de imigração bem como os procedimentos. Rapidamente chegamos a divisa e não tive os problemas que o Rodrigo e o Felipe tiveram para ultrapassar a fronteira.
            Pela janela do táxi pela primeira vez vi o oceano Pacífico. Pela janela também vi Arica, uma cidade balneário que lembra o litoral sul paulista (Santos, Guarujá, Praia Grande). Diferentemente do Rodrigo, achei a cidade muito bonita e organizada, com ruas amplas e limpas.
Cheguei a rodoviária de Arica, por volta das 9h30 e saí a procura de passagens para Antofogasta. Todas que encontrava eram para o período da tarde, por volta das 16h30. Consegui uma para as 10h30. Havia um lugar no segundo piso por 14.000 pesos. A viagem durará 12h, e como seria longa perguntei se haveria no primeiro piso. Havia, por 20.000 pesos chilenos ou 44 dólares no pela tarifa da empresa de ônibus. Decidi-me pela mais cara. Pela primeira vez nessa viagem me dei o luxo de viajar de leito. Estou cansado e a diferença não é tão grande assim (algo em torno de 15 dólares).
Tentei pagar a passagem com meu cartão de crédito (aqui tarjeta), mas nenhuma das máquinas que lêem o chip estava funcionando (segundo o funcionário da empresa de ônibus, aqui no Chile ainda não é comum a presença de chip nos cartões). Esse contratempo fez com que tivesse que trocar (cambiar) meus últimos soles e mais alguns dólares para pagar a passagem (consegui 490 pesos por dólar. Não sei se é bom, mas era mais que o funcionário da empresa dissera: 470). Depois de pagar a passagem, me sobraram poucos pesos e acabei trocando 50 reais por 4.500 pesos (1 real igual a 180 pesos – achei muito ruim, mas precisava de dinheiro chileno naquele momento).
Pensei que encontraria o Rodrigo e o Felipe na rodoviária, pois o ônibus deles para Santiago partiria às 10h. Não os vi, agora somente no Brasil, quando for buscá-los nos aeroporto.
Após uma hora de viagem, a paisagem continua a mesma, pedras e areia compondo um deserto imenso. Imaginava que passaria a parte da manhã vendo o deserto e um filme com o Matt Dammon (sempre muito mal aproveitado por Hollywood), quando paramos num posto de fiscalização da polícia. Logo após embarcamos, o comissário ou aeromoço rodoviário recolheu nossos documentos. Naquele momento não entendi o porquê, mas após essa parada no posto policial, vi pela janela do ônibus o policial conferindo todas as identidades dos passageiros. Logo um dos policiais entrou no ônibus e pediu que alguns passageiros descessem. Um destes passageiros era um peruano que estava separado de mim pelo corredor do ônibus. Após isso, outro policial entrou no ônibus e nos devolveu nossos documentos. Depois veio um cachorro a procura de drogas. O peruano voltou para o ônibus assim como os outros passageiros que foram convocados pela polícia. Mal entrou e o policial o chamou novamente para sair e não mais voltar. O ônibus seguiu sem ele, e eu aproveite para sentar à janela e aproveitar a imagem (no lado contrário passamos por um desfiladeiro lindíssimo, pena que não dá para tirar uma boa fotografia).
Do lado de fora faz um sol maravilhoso e a vista é magnífica. O Matt Dammon era o mocinho do filme e morreu no final. Gostei de ver alguns bandidos saírem vivos e livres no final. Agora colocaram um filme que não sei se ainda se é de terror ou de terrir. Vou-me é dormir (depois descobri que era o filme Presságio, com o Nicolas Cage).
O ônibus parou em Iquique, cidade litorânea chilena, por volta das 16h. Antes parou em uma pequena cidade no meio do deserto, da qual não me lembro o nome inteiro, apenas dos Pozos. Na praça central as pessoas conversavam sob a sombra das árvores e uma banda tocava na praça (bateria, guitarra, baixo e vocal). A cidade é muito bonita e colorida.
Iquique é uma cidade exprimida entre montanhas de areia e o Oceano Pacífico (enquanto escrevo o mar está ao meu lado, acho que as imagens serão um pouco diferentes agora, não só deserto dos dois lados). Está numa faixa estreita de terra e parece um grande balneário com alguns prédios e muitos condomínios de casas. A rodoviária fica ao lado do cais do porto (descobri que terei o sol e oceano ao meu lado, pois agora trafegamos pela transoceânica (quando o sol estava do outro lado, tinha que ficar com o cobertor, pois o ar-condicionado deixava a temperatura muito baixa) e com o sol ao meu lado ficou muito agradável a temperatura (daqui a pouco vou ficar é vermelho de tanto sol).
A praia estava cheia e é possível perceber que venta muito. Como deve ser uma cidade que vive do turismo, a orla no seu ponto mais movimentado apresenta muitas possibilidades de diversões para os jovens. Me impressionou a pista de skate que é muito grande, e, ao lado, uma pista para bicicross.
De volta a estrada com sol, areia e mar.
Por volta das 19h, novamente fomos parados pela aduana chilena, mas dessa vez todas as malas foram abertas e passadas por uma revista muito mequetrefe, parecia mais um grande teatro; se procuram por algo não será assim que o acharão.
Eu não consigo entender o que eles falam, pois são mais rápidos na articulação das palavras. Também não os vejo gentis como os bolivianos, peruanos e argentinos com que cruzei pela viagem. Parecem pessoas arrogantes que não pedem desculpas e nem por favor.
Vamos para o quarto filme do dia, agora com o Richard Gere, e o terceiro de terror com ficção científica, chama-se Inferno (o anterior chamava-se Skyline, e dormi o filme todo de tão ruim que se mostrava ser).  Uma fato interessante, até o momento todos os filmes não apresentaram um final feliz como fomos acostumados, pois os mocinhos só se deram mal no final do filme. Em dois a civilização humana foi destruída.
Durante a viagem vi muitas pessoas acampadas pelo litoral chileno, no meio de praticamente nada.
Apesar da hora, o sol segue firme no horizonte, devo acompanhá-lo por mais duas ou três horas. Eu ainda continuo espremido entre a montanhas de areia e pedra e o Pacífico.

NUNCA LEMBRO O NOME DESTE LUGAR

ACHEI ESTE SÍTIO ARQUEOLÓGICO FANTÁSTICO

ALGUMAS FOTOS - MACHU PICCHU


QUEM PUDER VÁ

ADEUS AO PERU

Estou saindo do Peru. Depois de uma semana em Cusco nos separamos, um para cada lado, na verdade dois para cada lado, o único sozinho sou eu.
Embarquei no ônibus das 19h para Arequipa para ver neve, vulcões e a Cordilheira dos Andes. Um conselho se for viajar de ônibus panorâmico nunca compre um dos quatro primeiros assentos, não há muito espaço para as pernas, a não ser que sua altura não ultrapasse 1,60mts. Foram dez horas de viagem ao lado de uma senhora muito mal humorada e cheia de sacolas.
Não consegui dormir imediatamente e o sono foi todo aos pedaços. Antes de pegar no sono assisti partes de um filme japonês que gostei muito, mas que não me lembro do nome agora. Acordei muito durante a viagem, mas não me lembro se o ônibus fez alguma parada para comer algo.
De manhã, lá pelas 5h, já enxergava um dos vulcões que cercam a cidade de Arequipa. Era possível vê-lo todo com o cume nevado, logo a frente mais um dos vulcões, de um total de três, apresentava seu cume embranquecido pela neve (não muita, está em pleno verão, mas alguma neve eles apresentavam).
Ao chegar em Arequipa logo se percebe o clima seco de um deserto (também percebi, pela primeira vez, que era o único estrangeiro dentro do ônibus). A cidade está localizada num vale cercado por uma enorme cadeia de montanhas desérticas, sem nenhuma árvore. Segundo a guia do passeio que realizei, a cidade conta com um milhão e meio de moradores, o que se torna perceptível ao passar pela periferia, igual a todas aquelas que os bolsões mais ricos gostam de esquecer.
Peguei um táxi (4 Soles) até a praça principal, Praça de Las Armas. Tudo ainda se encontrava fechado. Encontrei um bar que acabara de abrir e tomei um café com leite e comi um queijo quente por 7,50 soles (muito caro se comparado a Cusco). Andei pelas ruas quase desertas admirando os prédios e igrejas antigas, construídas por volta do século XVIII e XIX (segundo a guia a cidade data do século XVI).
Entrei em igrejas e andei pelas ruas fotografando os prédios, feitos de grandes blocos de pedra branca ou rosa (de acordo com a guia, granito). A partir das 7h, vi muitos estudantes dirigindo-se para as escolas e resolvi segui-los. Não encontrava uma escola pública, apenas particulares. Quando já havia desistido encontrei uma escola pública de primeiro grau, e entrei para conhecê-la. Apresentei-me como professor (aqui somos maestros) e conversei longamente com o diretor da escola. Descobri que um professor ganha por volta de 350 dólares, enquanto no Brasil ganhamos por volta de 800 dólares (mas o custo de vida no Brasil parece-me quatro vezes mais caro). Assim como no Brasil os professores também trabalham em mais de um turno e estão desacreditados. Os alunos presentes naquele momento estavam de recuperação, por não apresentarem um rendimento adequado durante o ano letivo.
Enquanto fotografava o convento de Santa Catalina, descobri que se realiza uma missa na capela. Eram 8h e a lindíssima e ornamentada capela estava cheia. Aproveitei para assistir a minha segunda missa no Peru. Como a capela faz parte do convento, as freiras que entoavam os cânticos encontravam-se separadas dos fíéis num espaço reservado somente para elas. A missa era em homenagem a beata Sor Ana de Los Angeles Monteagudo, a quem pedem sua canonização.
Após a missa, fiz um city tour pela cidade de duas horas (20 soles), à procura por um local onde pudesse observar os três vulcões que cercam a cidade (ir até eles é demorado e não teria este tempo). Quando cheguei a um mirante apropriado os cumes estavam cobertos de nuvens, o que impediu uma boa visualização para fotografias (fica a memória da chegada na cidade). O resto do passeio foi uma chatice.
Do passeio direto para a rodoviária, Arequipa não tinha mais nada a me mostrar e queria atravessar a Cordilheira sob o efeito do sol. De Arequipa a Tacna, (divisa entre Peru e Chile) mais 6 horas (novamente o único estrangeiro).
Logo na saída de Arequipa um fiscal entrou no ônibus e pediu para colocar o cinto de segurança. Além de demorar para sair, logo parou novamente para alguém descer. Sei que fará uma parada de um quarto de hora (dividem a hora em quartos e não em minutos como os brasileiros) a cada duas horas. Até agora a vista são montanhas desertas, somente com pedras e areia.
Primeira parada após uma hora de viagem. Vendedores (três) adentram ao ônibus vendendo comidas (milho cozido, sorvetes, doces) que os passageiros consomem naturalmente. Nem digo a cor das unhas e mãos. Esta cena se repete em todas as paradas.
Durante a viagem por morro e montanhas de pedras fiquei a conversar com alguns garotos que se encontravam no ônibus. Estavam encantados com o computador e com a filmadora. Fiquei a conversar com o Renato de nove anos, o mais velho de uma turma de quatro que viajava com os pais. Após algumas horas o sono alcançou a todos, pois a vista é somente de areia e pedra a perder de vista.
No meio dessa imagem lunar, às vezes encontra-se uma planta a resistir. Após 3h30 passamos por Moquegua, cidade anterior a Tacna. Antes de chegarmos à cidade o ônibus teve que parar. Todos tivemos que descer e toda a bagagem ser passar por uma máquina de raio-x, igual a dos aeroportos. É proibido passar pelo posto com qualquer fruta, a fim de evitar a contaminação dos pomares locais com algum tipo de mosquito.
Em Moquegua, o ônibus esvaziou e encheu novamente. Meu amigo Renato e sua família foram-se e eu voltei para algo que um dia já foi um mar. Entre as montanhas o sol se punha, para mim um por-do-sol diferente. Entre as montanhas um céu de cores variadas e fortes. 
Cheguei em Tacna por volta das 20h30. Pela primeira vez as pessoas não foram gentis em dar informações, comecei a ficar irritado por não saber corretamente como deveria proceder para sair dali. Não consegui pegar o último ônibus para Arica. Na verdade só havia lugar em pé e seriam mais duas horas de viagem. Poderia ir de táxi, mas a tarifa de 20 soles ou 3.000 pesos chilenos estava por 5.000 pesos (o ônibus custa 10 soles ou 1500 pesos chilenos). Decidi-me por dormir em Tacna, pois já estava cansado e precisava de um banho. Consegui um hotel na região central por 35 soles e por lá fiquei.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

CUZCO - CAPITAL INCA

Estamos em Cuzco, capital do império Inca. É um local maravilhoso e barato.
 O casario antigo e as igrejas são um museu a céu aberto.

 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UM ADEUS, UM OLÁ

Deixamos a Bolívia no domingo, 02 de janeiro. De La Paz para a fronteira o caminho é curto. Paramos em Puno para navegarmos uma tarde juntos e breve pelo Titicaca e conhecer algumas ilhas flutuantes. A noite não espera e interrompe o por-do-sol. Rumo a Cusco.
Esse é o nosso segundo dia no coração do império Inca. Logo estaremos em Machu Pichu, cada um a sua maneira, em três grupos separados. Todo império um dia tem o seu fim.
Cusco, outrora capital desse império, é fantástica, um passeio maravilhoso e acessível. A cidade está cheia de turistas, principalmente argentinos e brasileiros (desses faço de conta que nem entendo a língua).
Ficaremos muito tempo na cidade, pois há muito o que visitar e conhecer.
Aos poucos a ampulheta se esvazia e o sol se põe. As pedras que sobrarem contarão histórias  (assim como as aqui encontradas), não as palavras. Estas não absorvem e mantêm o calor por tanto tempo como as outras. 

CRÔNICAS RODRIGUEANAS VI

28, 29 e 30 – XII - 2010 d. C.
Uyuni à passeio pelo deserto

Contratamos uma empresa de turismo para fazer o passeio pelo deserto. O grupo se dividiu, o Marcelo, o Roberto e o Felipe, resolveram fazer o passeio de um dia (170 bolivianos) o restante preferiu fazer o passeio de 3 dias (830 bolivianos).
Antes de embarcamos nos jipes, alguns resolveram tomar um bom café da manha no segundo andar do mercado municipal. Várias senhoras que vendiam em mesas paralelas: omeletes, queijos, paes, mortadelas, etc.
Compramos algumas blusas para suportar o frio do deserto que se previa uma baixa de temperatura noturna a menos 5 graus.
Em 3 dias no deserto rodamos 950 km com 200 L de gasolina com jepes toyota.
Nunca vimos noite tão linda, as estrelas nos abraçavam. Não tinha uma nuvem se quer em todo o horizonte. Vimos estrelas cadentes e identificamos diversas constelações.
O silencio do deserto nos abençoava com seu fascínio, somente o vento que vinha as vezes nos dar boa noite.
Em meio aquele vazio, que era um contraste da grandeza do poder do deserto, acho que encontrei parte do que vim procurar em minha andança. O Divino ressoou sua voz pelo vento, senti uma alegria muito grande, ao olhar as estrelas, senti muita paz e felicidade por estar vivo. Caso pinte no Peru possibilidades de participar de experiências místicas, religiosas, não deixarei de participar, mas me encontro demasiado satisfeito pelo “encontro” do deserto.
Passamos noites muito frias no deserto, sua temperatura era de 10 oC, mas com o vento e a altitude tínhamos a impressão de uma temperatura inferior.
São muitas as belezas que encontramos, adjetivos não cabem aqui para descrever as maravilhas que vivenciamos, somente as fotos para descrever:
Animais: ilhamas, coiotes, flamingos, gaivotas, vicunhas, coelhos estranhos com bigodoes...
Lugares:

Ao terceiro dia, acompanhamos alguns amigos brasileiros (Jonatas, Vagner e Rubem) até a tríplice fronteira da Bolívia com a Argentina e o Chile, onde seguiriam pelo deserto do Atacama até San Thiago.
Retornamos a Uyuni pelo deserto percorrendo 450 km por 8 horas consecutivas. Um italiano, Milos, que mora em Florianópolis, resolveu nos acompanhar até La Paz. Vimos de longe um pequeno tornado, nosso motorista conseguiu alcançá-lo e jogou o carro em cima deste, recebemos seu choque, o carro todo tremeu e grãos de areia se chocaram contra o vidro. Foi muuuuuito legal.
Pegamos as 20:30 ônibus com destino a La Paz, mal deu tempo de comermos algo, nem banho tomamos, estávamos cheirando mau por causa do calor do deserto. Iríamos a La Paz reencontrar com os outros membros do grupo para passarmos juntos a virada do ano. 
Quando entramos no ônibus tinha um bêbado colombiano incomodando a todos e o pior é que eu deveria viajar junto com aquele pé no saco, este já estava quase vomitando. Rolou maior confusão, discuti com uns argentinos dentro do ônibus... Mas acredito que não cabe aqui minha descrição, mas de outro do grupo que estava alhures presenciando a confusão. Fica meu pesar, mas não a PAZ do Roberto...

CRÔNICAS RODRIGUEANAS V

27 – XII - 2010 d. C.
Potósi  à Uyuni

Estoura la grave de gasolinaço. O presidente Evo aumenta através de decreto os combustíveis em 100%. O que gera uma revolta geral. Uma greve geral se inicia no país.
Pretendíamos visitar as minas, mas os motoristas das agencias de turismo aderiram à greve.
Resolvemos retornar ao hotel e estabelecer uma estratégia para continuar a viagem. Parte do grupo foi procurar as feiras de artesanato e o outro grupo foi procurar por transporte. A rodoviária estava fechada e a única agencia que realizava o deslocamento através de transporte particular, queria nos cobrar 72 dólares para nos levar de jipe até Uyuni. Caso não conseguíssemos transporte até o período da noite iríamos permanecer no Hotel. O André conseguiu estabelecer um contato com uma moça que talvez conseguisse um transporte próprio, mas mesmo essa não conseguiu, tendo em vista que cada pessoa só poderia comprar 50 litros de gasolina. Mas por sorte recebemos a dica dessa moça que tinha um ônibus particular que estaria indo para Uyuni. Corremos de mochila pelas ruas de Pótosi até a passarela onde se encontrava o ônibus. Chegamos e este estava lotado (55 pessoas), conseguimos ficar no corredor, alguns de pé e outros sentados no chão. Durante 5 horas atravessamos um deserto com estradas de terra e precipícios. Mesmo no chão não conseguíamos permanecer, pois esquentava muito.  
Chegamos ao anoitecer em Uyuni, conseguimos uma pousada por 30 bolivianos, onde o banheiro era coletivo por andar e o chuveiro para três andares (Calculamos coisa de uns 5000 km rodados até agora em nossa aventura).
Procuramos um restaurante para comer, afinal estávamos há vários dias sem um bom prato de refeição. Comemos em um restaurante muito bom. Caminhamos por algumas lojas de artesanato e pela praça, onde encontramos alguns brasileiros, com os quais conversamos muito. 
Eu e o Felipe resolvemos não retornar ao hotel como fez o restante do grupo, encontramos um PUB bem legal, com um ambiente imitando areia de praia com fotos e mensagens das pessoas de diversos países que por ali passaram. Tomamos uma cerveja e o dono pediu que saíssemos que já estava fechando, isso já se davam meia noite e meia. Retornamos para o hotel. A japinha estava tentando usar o banheiro, tadinha, já se estava entupida de pollo frito a 4 dias, os pollos já estavam se reproduzindo dentro dela, já iam começar a cruzar e dar ovos. Como eu estava repartindo o quarto com a japa, passei por maus bocados, a Erica soltou bufas a noite toda, parecia que a tinta da parede ia se soltar de tanto metano que tinha no quarto. Se acendesse um fósforo ali a pensão explodiria pelos ares. Além disso tudo, a japinha  conversa dormindo, fala mesmo, dialoga.

CRÔNICAS RODRIGUEANAS IV

25, 26 – XII - 2010 d. C.
Santa Cruz à Sucre à Potósi

Saímos de Santa Cruz no período da tarde.
A descrição que se segue do percurso e do ônibus não possuem exageros, mas tão somente a descrição dos fatos.
Os bancos do ônibus tinham uma distancia muito pequena, nossos joelhos batiam no banco da frente, o que fez com doessem muito. Este ônibus foi construído com as especificações da altura media dos bolivianos, 1,60 metros. 
Ao sentar o Roberto e o Marcelo no banco da frente, estes viram que o painel de iluminação estava caindo, o Robertão dando um de Magaiver, pegou um rolo de fita crepe e colou o painel, gambiarra que não iria durar muito.
Logo de saída começou a chover. O ônibus tinha uma goteira bem encima da minha cabeça. Peguei um chiclete e tentei fazer um remendo, mas não adiantou, peguei um pedaço de fita crepe com o Roberto e fiz mais uma emenda. Logo a goteira se espalhou por todos os que se encontravam na janela do ônibus. Eu, Roberto e Fernanda ficamos com a metade do corpo molhado. Esse era só o início da viagem.
O ônibus tinha passageiros em todos os bancos, mas não era o suficiente para o motorista, começou a receber passageiros e os colocou no corredor do ônibus. Muitas das pessoas cheiravam muito mal, fediam.
Não entendi direito a situação, pois a viagem iria durar 17 horas e o ônibus não tinha banheiro e estava com uns 50 passageiros, um pau de arara desgraçado.
Uma parte da estrada era de terra, o ônibus mexia muito, os vidros trepidavam, dando a impressão que iam cair a qualquer momento. Como estávamos molhados a poeira começou a acentar em nosso corpo.
A primeira parada, já noite, foi num lugar muito sinistro, não é necessário a descrição, as fotos já dirão tudo.
A segunda parada foi no meio da estrada para fazermos necessidades no mato.
Uma senhora muito estranha, parecia uma figura saída de um desenho animado (aquela bruxa do desenho do pica pau), se abaixou em frente ao ônibus, bem as luzes do farol do ônibus, e começou a cagar. O Felipe ficou hipnotizado com a cena, não acreditava no que estava vendo, para conferir se não estava tendo uma miragem, resolveu conferir a bosta da velha, segundo este parecia uma bosta de cachorro, toda enroladinha. Pior foi que a velha nem se limpou e retornou ao ônibus.
Acreditem se quiser, a velha foi se sentar no corredor bem ao lado do Felipe, eu quase morri de rir. Logo aquele cheiro horrível começou a exalar. Lembrei das aulas de anatomia em que fazíamos uso de pasta dental para tentar amenizar o mau cheiro do formol. Peguei a pasta e passei um pouco embaixo do meu nariz. O Felipe gostou da ideia e também foi pegando a pasta. Mas o Felipe não entendeu direito como devia usar a pasta e foi colocando o tubo dentro da narina e apertando, rs. Aquilo foi queimando-o, ele foi enfiando papel higiênico tentando tirar o excesso, mas não adiantou muito. Acho que até os pelos do nariz chegaram a cair, rs.
Retornando a nossa querida velhinha porca, essa ficava caindo no corredor e puxava a perna do Felipe, na anciã de tentar se  equilibrar. Fiquei compadecido com o Felipe e trocamos de lugar, já estava vendo a hora que o Felipe iria dar uma porrada na velha (o Felipe acha que pegou sarna da velhinha).
O Felipe se arrepiou, sentiu uma mão sorrateira percorrendo o seu corpo, de repente ouviu uma voz cadavérica falando em seu ouvido: meu ninho, meu ninho, me possua. Nisso o Felipe se levantou gritando olhando em volta, sentiu alivio em ter tido um dos piores pesadelos de sua vida, rs.
Acordamos (na verdade quase não dormimos) em meio de um deserto, a estrada só tinha mão única, de terra, com precipícios, o motorista vinha a milhão, nas curvas o motorista ficava buzinando, alertando os possíveis veículos que vinham na direção contraria (quase não vi placas de transito, em sua maioria pediam que os motoristas buzinassem nas curvas), ficamos deveras amedrontados.
Lá pelas 7 horas a roda do ônibus saiu. Não estávamos acreditando...
Um carro de transporte de bois parou e ofereceu carona aos passageiros que se encontravam na beira da pista. O caminhão foi lotado para levar seus humanos-bois para um deslocamento de 2 horas. Preferimos ficar esperando o retorno do motorista com uma peça nova para consertar a roda. Resolvemos dar uma volta, eu e o Ed descemos um barranco em direção a um rio que corria bem próximo, tiramos ótimas fotos. O motorista retornou lá pelas 10 horas, concertou a roda e seguimos viagem, um pouco melhor pois, o ônibus estava mais vazio (a velhinha fedida continuou no ônibus, sentou no banco do André).
Ao chegarmos em Sucre lá pelas 14 horas, tivemos tempo de ir ao banheiro e comprar água e chocolate (Sucre é a cidade do chocolate), antes de seguirmos viagem até Potósi.
Conseguimos chegar em Potósi ainda com o sol a raiar, coisa de 18horas, resolvemos procurar um bom hotel, pois estávamos muito cansados. Potósi é a cidade mais alta do mundo e por isso alguns passaram mal com a altitude (enjôo, dores de cabeça e na musculatura) (com seus 4036 metros de altura). 
Como estava muito frio (14 oC), procuramos um lugar para comprar um vinho e comer alguma coisa quente. Não encontramos estabelecimentos que vendessem produtos com álcool (restaurantes, bares e até um bilhar não podiam vender), afinal encontramos uma lojinha ao lado do mercado municipal. Tomamos o vinho com o desejo de esquentar, um copo bastou por causa da altitude que nos deixou meio glogs. Comemos umas pizzas brotinhos e resolvemos dar um passeio na praça central e no mercado de roupas e mercadorias. Cansados resolvemos retornar ao hotel e descansar. A temperatura a noite estava em media duns 10 oC, mas a sensação térmica era menor. Experimentamos mastigar folha de coca e realmente alivia a dor de cabeça e a falta de ar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

DE 31 A 01

Comemoramos o início do novo ano, bebendo e dançando num pub de La Paz. Uma noite agradável e feliz.
Confraternizamos com bolivianos, colombianos, argentinos, australianos, brasileiros e outros mais.




POR UM PEDIDO GERAL DE TODOS

FELIZ ANO NOVO

FOTOS LA PAZ


Passeando por La Paz

Visitando as igrejas

Prédios históricos

Praças e monumentos


E sempre a andar pelas ruas conhecendos as particularidades de cada lugar.

FOTOS DA MANIFESTAÇÃO EM LA PAZ


Vou ficar devendo os vídeos. Logo, logo eu os postos.

FOTOS SALAR DE UYUNI 2


Não nos esquecemos do Colégio Objetivo Bragança.

FOTOS DA CONFUSÃO CAUSADA PELO ROBERTO


Vai mexer com os outros para ver o que é bom. PAZ!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

LA PAZ - ANO NOVO - HORA DE SE MANDAR - 31 DE DEZEMBRO

Ontem, à noite, após toda a confusão ocorrida durante o dia, a vida começava a voltar ao normal, táxis e ônibus circulavam pelas ruas, parecia que nada havia ocorrido.
A oposição ao gasolinazo já avisou que marchara na segunda-feira em La Paz, com o apoio de manifestantes de outros departamentos. Confusão a vista.
Gostaria de ficar, mas o nosso passeio é outro. Com essa história já contribuí.
Amanhã é dia de partir para o Peru.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

LA PAZ - MANIFESTAÇÃO CONTRA AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS - 30 DE DEZEMBRO

Como não havia transportes para me levar ao passeio que havia programado para hoje, aproveitei a tarde para acompanhar a manifestação contra o "Gasolinazo" (aumento dos combustíveis) decretado por Evo Morales.
Foi uma tarde memorável, ver a população marchando contra o governo pedindo a sua renúncia e o cancelamento do decreto. Tudo corria tranquilamente até marcharmos para a praça onde se encontra o palácio de governo. A polícia fechou todas as entradas para a praça, mas nós (incluo-me entre os manifestantes, pois os acompanhava filmando tudo) fomos contornando procurando um espaço para acessarmos a praça.
Num certo momento a polícia avançou sobre nós e corremos. Recuamos, mas não desisitimos. Avançamos e a polícia recuou. Nos mirámos e pedras começaram a voar sobre a policia, eu filmando tudo, escondido atrás de uma barraca. A polícia reagiu com gás lacrimogêneo e eu llá filmando tudo, enquanto os demais corriam. Não demorou para sentir os efeitos do gás: os olhos e a garganta ardiam, na verdade os olhos queimavam. Me afastei e alguns fui socorrido por outras pessoas. pediram que eu fumasse um pouco e tomasse água. Isso não foi suficiente para eu desistir, continuei a filmar.
A polícia conseguiu separar os manifestantes, mas pequenos grupos continuavam a protestar e  eu os acompanhava. Novamente mais gás sobre nós. Quando já havia desistido, na avenida principal de La Paz outros manifestantes enfrentavam a polícia, continuei firme a acompanhar a manifestação, desta vez entre uns 30 a 40 metros de distância. Novamente o gás lacrimogêneo entrou em ação. Meus olhos e gargantas novamente ardiam.
Enquanto esperava melhorar fiquei a conversar com um arquiteto de Copacabana (cidade boliviana) que me explicou melhor a merda que é o governo de Evo Morales.
Muitos dirão que eu não tenho cabeça e lá não deveria estar, são opiniões. Mesmo com o efeito do gás estava feliz. Não estou discutindo se o governo Evo Morales é bom ou não. Mas ver uma população em todas as suas divisões, se manifestando pacificamente contra aquilo que acha incorreto é fantástico, isso para mim é democracia. Encantei-me com este povo que luta, diferentemente dos brasileiros que aceitam todas as incorreções dos governos e vê com maus olhos aqueles que protestam.


Se essa viagem terminasse agora, já estaria feliz. se pudesse ficaria por aqui para acompanhar os próximos protestos.

LA PAZ 30 DE DEZEMBRO

Chegamos ontem a La Paz onde passaremos o Ano-Novo. A temperatura estava por volta dos 8 graus.
Hoje iríamos até Tihuanaco, um sítio de relíquias históricas pré-incas, mas a Bolívia está em convulsão pelo aumento dos combustíveis em 100 por cento. Hoje é dia de greve geral, então não poderemos sair de La paz.
Se houver passeatas e manifestações espero poder participar.

FOTOS SALAR DE UYUNI



Um deserto de sal a perder de vista. As imagens falam melhor que as palavras.

FOTOS SALAR DE UYUNI - ISLA PESCADOR [ILHA DOS CACTOS]


No meio de um deserto de sal, uma ilha rochosa onde só nascem cactos. Um cacto cresce um centímentro por ano.

FOTOS SALAR DE UYUNI - CEMITÉRIO DE TRENS


Trens franceses do século XIX, movidos a carvão e lenha abandonados em Uyuni.

FOTOS DO ALTIPLANO ENTRE POTOSI E UYUNI


A viagem foi cansativa, mas as imagens dessa região são belíssimas.

TREM PORTO QUIJARRO - SANTA CRUZ

São duas e meia da madrugada de terça-feira, dia 27 de dezembro, nosso sexto dia de viagem e o sono não quer realizar-se. A insônia tomou conta de mim. É um dos poucos momentos em que me preocupei em saber o horário, excetuando-se quando tínhamos que embarcar num ônibus ou sair do hotel (bem que esta é apenas a terceira noite que estamos num hotel, foram três noites dormindo em trem ou ônibus.
Estamos em Uyuni, no sul da Bolívia, próximo ao Chile e da Argentina (alcançaríamos a fronteira com uma noite de viagem) e logo mais faremos um dos últimos passeios com todos juntos. Um grupo (eu, Felipe e Roberto) fará apenas um dia de viagem ao Salar e embarcará para La Paz na mesma noite (mais uma noite dormindo no ônibus), o outro (Rodrigo, Erica, Edmir, Fernanda e André) fará o passeio em três dias e embarcará para La Paz no dia 30.  Nos reencontraremos para passar o ano-novo juntos, mas nos separamos no dia seguinte novamente.
Nesses sete dias de viagens, passamos por muitas cidades (Campo Grande, Corumbá, Porto Quijarro, Santa Cruz, Sucre, Potosí e Yuni), numa velocidade muito grande o que possibilitou apenas impressões sobre os lugares. Essa velocidade e a falta de uma Internet acessível em todos os lugares impediram de concretizar dia-a-dia a postagens de informações e imagens da viagem. Talvez em La Paz isso se realize.
 Até o momento só consegui falar de Porto Quijarro, que me pareceu uma terra sem lei e sem nada, conseqüência da divisa com o Brasil. De lá embarcamos no trem para Santa Cruz, dezessete horas de viagem que chacoalharam com muito sono e alegria em todos, pois todos tinham na memória a imagem desse trem em particular (hoje se novamente tivéssemos que encarar 17 horas após uma semana e milhares de quilômetros rodados, faríamos a viagem com o mesmo bom humor?).
Embarcamos no Expresso Oriente ou Oriental (não tenho mais essa lembrança) num vagão Super Pulmman, com ar condicionado e começamos a perceber que na Bolívia não se deve acreditar muito naquilo que foi dito no momento da compra. (pausa para o sono).
(6h e todos no quarto já estão acordados, ninguém conseguiu dormir direito essa noite) (O teclado também resolveu começar a travar) Os bancos não eram tão confortáveis quanto esperávamos, mas possibilitaram algumas horas de sono e descanso para corpos tão cansados. A diversão durante a viagem era andar entre os vagões, ora batendo papo, ora indo ao vagão restaurante para também bater papo (ali é possível encontrar polo broasted (frango frito) com arroz e papa (batata frita)). Também nos divertíamos com as paradas do trem, pois apareciam bolivianos vendendo polo frito com arroz e banana cozida, sucos de limão ou tamarindo e pães, tudo muito barato comprado pelas pessoas em geral. Nos arriscamos (eu e o Roberto) apenas no pão.
Após 17h chegamos em Santa Cruz de La Sierra, segundo alguns a cidade mais “capitalista” da Bolívia.

POTOSÍ - UYUNI

            Chegamos a Uyuni após 5h30 de viagem, vindo de Potossí.
            A Bolívia entrou um processo de greve geral nessa segunda-feira em que nos encontrávamos em Potossí. Eu fiquei no hotel enquanto os demais foram ver os passeios que realizaríamos, mas logo voltaram com a notícia de que estava ocorrendo um “gazolinazo”, um protesto contra o aumento dos combustíveis majorados em 100% por decreto presidencial, e nenhuma empresa sairia da cidade. Discutimos a possibilidade de ficar onde estávamos ou procurar uma solução para sairmos donde estávamos. Dividimo-nos em dois grupos: um iria realizar algumas compras e outro iria a rodoviária procurar por passagens para outra cidade ou departamento (no Brasil, diríamos estado). Este último foi o primeiro a chegar com a notícia de que a rodoviária estava fechada em protesto pelo aumento de combustíveis. Conversamos sobre outras possibilidades e se decidimos procurar por novas alternativas.
              No hotel onde nos encontrávamos havia um grupo de estrangeiros que se deslocavam por condução própria. O André foi conversar com um deles que pediu que procurássemos pelo líder do grupo. Novamente saíram pela cidade a procura de soluções. Eu continuava no hotel como referência aos dois grupos. Logo depois chegou o grupo das compras a quem informei sobre a situação. Tínhamos duas opções: uma, ficarmos em Potosi até haver ônibus que nos transportássemos ou o outro grupo encontrar alguém que nos tirasse de lá. Como já estava para encerrar a diária do hotel, quem ali se encontrava aproveitou para arrumar suas coisas. Logo estávamos todos reunidos, pois o outro grupo já regressara com nenhuma notícia animadora, nenhum ônibus sairia aquele momento da cidade. Fora dito a eles que talvez ao final da tarde a situação pudesse começar a normalizar-se. Optamos por fechar nossa conta e deixar as malas guardadas no hotel e esperar o que aconteceria no período da tarde.
            Durante a busca de possibilidades da manhã o André conhecera uma senhora que tinha um ônibus e precisava sair de Potossí e ir para Uyuni e deixara um telefone para ele ligar. Ligamos e ela pediu que retornássemos após 5 minutos. Esperamos e retornamos. Ela informou que conseguiria sair e que deveríamos nos dirigir rapidamente para o local de saída do ônibus. Voltei para o hotel e avisei a todos que deveríamos partir já. Corremos ao depósitos onde se encontravam nossas bagagens e saímos em disparada, ladeira abaixo até ao ponto onde o ônibus se encontrava. Quando chegamos e encontramos a pessoa que era nosso contato, esta informou que havia lugar somente para cinco pessoas e nós somos oito. Três teriam que ir em pé ou sentado no corredor. Ela nos indicou o local em que o ônibus se encontrava e para lá fomos. Quando no ônibus nem os cinco lugares restavam, teríamos que ir todos no corredor em pé ou sentados. Não havia no momento outra opção de sairmos de Potosi então decidimos por irmos no corredor mesmo. Mas não fomos somente nos no corredor haviam mais pessoas, e como não era um ônibus, mas um micro-ônibus o corredor é um pouco mais estreito. 
Viajar pelos corredores na Bolívia é algum comum, já havíamos presenciado isso na viagem de Santa Cruz a Potosi, só não esperávamos vivenciá-la. Na minha conta éramos 10 no corredor. Nos ajeitamos e seguimos viagem. Tínhamos turistas de diversas nacionalidades, além de bolivianos que também precisavam se deslocar para outras cidades. Logo que saímos de Potosi a estrada entra num deserto de altas montanhas onde só vemos areia e pedra pela viagem inteira.

CONTINUA ...